Liderar é resistir, mesmo quando parece mais fácil ceder.
Participei ativamente dos bastidores dos primeiros leilões de energia eólica do Brasil. Trabalhava em uma empresa que desenvolvia e construía parques eólicos, e o desafio era claro: registrar a documentação fundiária das propriedades rurais dentro do prazo para o cadastramento no leilão.
O problema? A morosidade dos cartórios — agravada por algo ainda mais delicado: empresas que pagavam “incentivos” para acelerar os registros, furando filas e atropelando processos. Enquanto isso, nossa equipe, ética até o fim, via os prazos se aproximarem… sem conseguir avançar.
A frustração era real. A tentação de “dar um jeitinho”, também. Mas escolhemos outro caminho.
Reunimos toda a equipe fundiária. Escutamos. Dialogamos. Pensamos juntos. Dali surgiram soluções que, apesar de mais trabalhosas, preservavam o que nunca poderia ser negociado: nossos valores.
• Antecipamos processos • Atuamos presencialmente nos cartórios • Engajamos diretamente os proprietários das terras
O resultado? Cumprimos o prazo, com planejamento, estratégia e… consciência limpa.
Essa experiência me marcou profundamente. Ela me ensinou que compliance não é só sobre leis. É sobre caráter. E que liderar com integridade exige coragem para fazer o certo — mesmo quando ninguém está olhando.
No mundo atual, onde tudo ganha visibilidade em segundos e os padrões éticos mudam com a velocidade da tecnologia, liderança e compliance caminham juntos.
Não basta apenas cumprir normas. É preciso cultivar uma cultura ética real:
• Onde valores são discutidos — não impostos • Onde dilemas são resolvidos em equipe — não escondidos • Onde a escuta é ativa, e a transparência é prática diária
O líder humanizado não é omisso. Ele escolhe o caminho mais difícil quando é o mais certo. E ao fazer isso, cria ambientes confiáveis, inclusivos e responsáveis.
📌 Se você também acredita que liderança e ética precisam andar lado a lado, comenta aqui: Qual foi a situação mais difícil em que você precisou manter seus valores?